Olá, Avoantes!
Produzir arte é produzir em coletividade.
Claro, algum ponto da produção de uma obra artística, que é relacionada a uma única persona, pode ser tão “potente” que acaba sendo o alicerce autoral dela. É de Michelangelo a Capela Sistina - ele criou o conceito, montou as peças, organizou a ideia geral - mas ele fez isso munido de várias pessoas que estiveram pintando, arrumando as “escadas”, organizando as tintas e até mesmo um papa trazendo complicações à sua cabeça para que ele pudesse diminuir a distância entre o que o “cliente” (a Igreja Católica) queria e o próprio artista. Por mais que o nome do grande pintor, com justiça, salte quando ouvimos falar da obra, esta teve muitas mãos, artesãos e criativos envolvidos.
Na Avoante, relacionamos muito uma obra ao trabalho coletivo que ela envolve. O projeto chega e logo pensamos “quem será a equipe?” e nos organizamos em contatos, agendas, planilhas e… pessoas. Nenhuma obra é feita sem pessoas.
Isso é tão determinante que, conforme vamos montando a equipe de um projeto, vamos visualizando a “cara” que ele vai ter, a identidade dele, que é a união dessas várias individualidades. Quando Luís assumiu a edição da Estalos! ele procurou manter o toque do Márcio Moreira na maior parte do projeto. Não à toa, o design Estalos! ressoa o Márcio, mas atentos vão ver os toques do Luís ali: a preocupação com o expediente, o rosto e a bio das autorias, uma apresentação ao quadrinho.
Roteiro Falado: Andor tem design de diagramação inspirado no trabalho de Raoni Kachile, mas a capa, com sua imagem em cores quentes e chamativas na belíssima arte de Kayrena, tem orientação de Érika Sales, que traz a perspectiva do encantamento. É um projeto que leva o nome do PH Santos com orgulho, mas sempre que olhamos para ele pensamos na união dessas duas mentes para conceber uma capa que fosse pura revolução.
Falando em PH, o que falar desse comunicador, crítico e escritor que também ataca de designer? Nossa adorável coleção Dois Contos, com as histórias “Atire-se” e “Febre”, tem design de PH e Luís, que talharam juntos o visual simples e objetivo da capa e a “virada” do livro, permitindo que se tenha um único livreto que vale por dois.
No entanto, ficamos em total encantamento quando uma obra chega até a gente fruto de uma coletividade. “A Canção da Serra”, nossa próxima Estalos!, é uma mistura das várias vivências de Raquel Silva: sua meninice no interior junto com sua família e seu encontro com a cidade e as gentes de Pacoti. É o trabalho de uma pessoa, mas o resultado das coletividades que a formaram - que acabaram se encontrando com outras: a equipe da Editora Avoante que recebeu essa obra com carinho e dedicou-se completamente à publicação.
A arte é coletiva. Desde que nos reuníamos em volta de fogueiras para contar histórias. Ela é feita por quem a conta e por quem a recebe. Assim como é engrandecida pelos que ajudam a dar corpo a obra: antes, talvez os que faziam pinturas na parede ou que tocavam algum instrumento enquanto o “contador” declamava seus mitos. Hoje, designers, revisores, editores, lojistas - toda a cadeia de produção.
A arte é coletiva e não podemos esquecer isso, pois só juntos podemos sobreviver.
Com arte.
ESPERANDO O ERRO - palavras do Editor
Eventos são legais porque reencontramos pessoas que seguiram jornadas mais ou menos parecidas com as nossas. A oportunidade de falar de dificuldades, trocar experiências, criar (ou reforçar) parcerias é um sentimento que só quem vive no meio entende. Às vezes, vai-se cheio de dúvidas e volta-se com a mala abarrotada de esperanças e muita vontade.
Engraçado, no entanto, é que em meio a esse ambiente de coleguismo e força e empolgação, há sempre um tópico mais ou menos delicado: o erro.
A gente encara o erro, vive o erro, mas teme o erro. Isso porque, num mercado tão delicado, o erro atrasa, inviabiliza, “aleija” de verdade. Quando cada obra ou trabalho seu tem de fazer sua carreira caminhar, o erro aparece como aquela cartinha no joguinho “volte duas casas”. Assusta.
Por sua vez, o erro é inevitável. Em algo, vamos errar e preços serão cobrados - o que muitas vezes acontece é que tentamos diminuí-lo, reordená-lo, escondê-lo até. Fazer com que os erros sejam menos perceptíveis, que pareçam passageiros, que virem uma “fase”. Zé Wellington, por sinal, tem um texto bem bacana sobre Frustração que casa com essa ideia de ver o erro como algo “ali” daquele instante.
Penso, no entanto, que o erro não deveria ser demonizado. Pelo contrário, acho que o erro é uma marca indelével de resistência e aprendizado. Você errou, aprendeu e continuou. Há algo de imenso valor nisso. Há uma marca que indica que você andou essa estrada, trilhou esses caminhos e, melhor, que você não desistiu - e são essas marcas que percebemos e nos conectamos quando encontramos nossos pares em eventos.
Quando, em encontros, eu escuto essas histórias fico sempre esperando o “ponto de virada” - como você superou? o que você aprendeu? - o erro vira desafio, a pessoa que supera, protagonista, no fim, uma lição e mais motivações pra se continuar fazendo o que fazemos.
Porque, afinal, tudo é uma balança: erros e acertos numa medida que nos coloque melhorando sempre. E melhorar, acredito, seja o contínuo objetivo de quem está nessa estrada.
ATUALIZAÇÕES AVOANTE!
Eventos! Publicações! Projetos!
Próximos eventos.
Anúncios oficiais ainda serão feitos, mas para quem lê nossa newsletter pode receber algumas informações em primeira mão.
UM DIA na Semana do Livro e da Biblioteca
No dia 30/10, em dois horários, 9h e 14h, nosso querido editor apresentará o quadrinho “Um Dia”, como parte das atividades da Semana do Livro e da Biblioteca promovida pelo Sesc Fortaleza.
O papo vai acontecer no SESC Fortaleza (Rua Clarindo de Queiroz, 1740), na sala Multiuso 3 no bloco de atividades. É aberto ao público, mas é especialmente voltado a escolas.
FESTIVAL DE HQ EM PACOTI
A cidade de Pacoti vai receber ainda este ano - em data a ser anunciada -mais uma edição de sua Mostra de Quadrinhos e tanto a Avoante estará lá quanto faremos o lançamento da HQ Estalos! “A Canção da Serra”, com a presença da autora Raquel Silva. Aproveita e já garante a tua na pré-venda.
CASA DO DRAGÃO 2: ROTEIRO FALADO
O livro está em sua segunda revisão editorial. Isso quer dizer que detalhes estão sendo revistos e extras pensados. Diferente de “Roteiro Falado: Andor”, a “Casa do Dragão” possui um caminho que veio da Escambau e chegou à Avoante. Assim, tanto queremos honrar o projeto anterior, como queremos dar nossa cara a este. Tal forma de trabalho pede ajustes, mas, acreditamos, para melhor.
Além disso, as recompensas estão sendo feitas e a capa já recebeu sinal verde, o que prenuncia uma possível pré-venda. Logo, teremos melhores novidades. Então, nos acompanhem para mais atualizações.
AKIRA TORIYAMA: MEU COMPROMISSO É VENCER
Anunciado desde o começo do ano, a “bio-bibliografia” do criador de Dragon Ball recebeu vários atrasos - por conta de agendas, reanálise do projeto e revisão das fontes - mas ela não saiu de nosso editorial e logo teremos novidades, como anúncio do capista e abertura de pré-vendas. Fiquem de olho.
SITE, PRODUTOS DIGITAIS, PRÉ-VENDAS
Estamos a poucos passos de abrir nosso site. A ideia de tê-lo envolve resolver várias questões comunicativas e organizacionais, mas, principalmente, mostrar de forma ordenada nosso catálogo e deixar um caminho de fácil acesso aos nossos produtos digitais que envolvem livros, quadrinhos e, esperamos, muito em breve, audiobooks.
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Semana passada não tivemos news, mas hoje voltamos recheados. Obrigado por acompanhar até aqui. Siga também o passarinho no insta!